03 abril, 2017

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Hoje lembrei-me de que, um dia, tive um blog. Um blog! E lembrei-me de que uma amiga da faculdade costumava brincar com o facto de que eu escrevia e era blogueira. E esse blog ainda existe, ou seja, estou a escrever nele! Nunca tive coragem de o eliminar das internets. Aliás, nunca tive interesse em apagá-lo. Quis que toda a gente se esquecesse dele, até eu própria, mas não queria que ele deixasse de existir. Até porque adoro o aspecto que ele tem. E depois de me lembrar dele, quis reler a minha última entrada e cá vim parar. Nessa altura, numa altura em que mal escrevia, mas que ainda me apoiava neste cantinho, estava a terminar a faculdade e a minha vida era uma incógnita. Dois anos e meio depois: sou enfermeira, estou a trabalhar, adoro aquilo que faço, moro sozinha, aprendi finalmente a fazer arroz comestível, comprei um carro, encontrei o homem da minha vida, encontrei o meu melhor amigo que é também a última pessoa, as guerras na minha família acabaram, continuo a construir a minha biblioteca, estou feliz, sei para onde quero levar a minha vida. Só me falta adoptar um cão. E ter filhos. Mas este último sonho tem tempo. São só 25, está bem? Tive tantos medos para agora chegar aqui e perceber que não tinham fundamento. Mas foi este blog que sempre acolheu as minhas lágrimas e os meus dramas. Sentia-me liberta depois de escrever aqui. "Alguém" ouvia-me e compreendia-me. Agora continuo a escrever, mas só opiniões de livros no Goodreads. Esses são a única coisa, que eu tenho a certeza, absoluta, que nunca vão desaparecer da minha vida. Bem, obrigada, blog, por este bocadinho. Espero que nunca te esqueças de que adoro o teu nome e isso vai sempre acontecer: nos dias que correm, os meus pensamentos fogem, só que agora para lugares muito mais fiáveis.