21 fevereiro, 2011

Segundas-feiras

Dizem que amanhã é segunda-feira. E oh, começa o segundo semestre, por acaso. Começar cadeiras novas (ética, sistemas e políticas, análise de situações, ENSINO CLÍNICO, ANATOMIA e fundamentos que eu adoro todas com muito ironia sem contar com a última), aturar professores novos (não sei se aguento mais uns quantos meses a aturar palhaços, burros ou até mesmo putos) e aguentar com a mesma turma . Só o grupo novo me salva, quase. Depois de uma semana a fazer-me feliz e realizada, onde mal levantava o rabo da cama/sofá, chega o dia em que acumulo raivas e tristezas numa depressão por odiar a capital, odiar a faculdade, odiar tudo e mais alguma coisa que me apareça à frente. E o meu apartamento, odeio o meu apartamento minúsculo, os meus colegas de casa, as janelas da cozinha, a torneira do lava loiça. Odeio os minutos que espero sentada na cama até sair para caminhar até ao metro, até que nele entro e aí sinto-me longe, profundamente confortável, mas apenas por causa do barulho. É que eu adoro tudo o que faça barulho que não me deixe ouvir mais nada. É por isso que aspiro a casa, bato claras e seco o cabelo. Mas depois de sair do metro? A caminhada até à faculdade, até me sentar numa cadeira, é simplesmente penosa, como se fosse cumprir um castigo. E o tempo passa, olho para o relógio trezentas vezes e ele lá se dá ao luxo de andar para a frente. Até que vou para casa às luz dos candeeiros e sinto-me feliz por o dia estar a terminar, poder ir para a cama ler um pouco, poder aninhar-me nos lençóis e sonhar com o fim de semana. No entanto, continuo a odiar tudo naquela cidade até que o dia seguinte chega e eu penso que já falta pouco para me vir embora. Sim, basicamente, são estas as minhas segundas-feiras. Excepto aquelas em que tenho frequência e ando a mil à hora e odeio tudo... a triplicar. Olá, segundo semestre. Prometo ir adorar-te e não recear-te!