20 março, 2013

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Nos meus sonhos, vens com calma e matas-te com alma. De olhos abertos, vingo-me das coisas que não fizeste e choro pelas coisas que deveria ter feito. Sinto e deixo de sentir logo de seguida. Volto-me e continuas a olhar o vazio que sou eu. Parece que te quero abanar para que acordes e reajas. Estás preso ao chão, só o meu corpo se movimenta, pavoneio-me e danço para ti numa guerra onde só eu tenho o direito de ganhar. Rio-me no fim, não sei bem porquê. E continuo vazia, porque nada mudou. Perdes a alma, sufoco-ta e acabas por morrer. Não me consigo recordar ao certo como fiz tudo isso, só sei que estás vivo numa memória desfocada.