17 junho, 2012

Odeio-te

Gosto dos nossos jogos mentais, das coisas que dizemos em código e das quantas vezes que não nos conseguimos decifrar. Gosto dos desabafos que só connosco fazemos, das palavras cheias de sentimentos virados ao contrário. Gosto dos desvios de olhares que tudo dizem e dos olhares atentos que quase nada conseguem guardar. Gosto da proximidade e da forma como a mantemos na distância. Gosto das vezes que admitimos a verdade, mentindo com o consentimento logo a seguir. Gosto de saber que sabemos como tudo é e de não saber como amanhã será o dia. Gosto da confiança que tanto tempo levou a formar e da amizade que tanto a quis destruir. Gosto da permanência. Gosto dos dias que não sentimos saudades e dos momentos em que nos lembramos de nós. Gosto de ti, como nunca hei-de gostar de ninguém. Dizem que é por teres sido o primeiro, o único que até aqui chegou ao ponto da minha alma, o único que se importa sem querer importar.