03 dezembro, 2011

Listas

Sou muito boa a fazer listas. Mentalmente, faço-as de tudo e mais alguma coisa. No papel, faço listas de coisas que não me posso esquecer. No coração, as listas criam-se por elas próprias sem que o meu cérebro concorde ou discorde. Sou muito boa a fazê-las porque elas são aos milhões, mas nem sempre correspondem ao retrato fiel da realidade e nem sempre se colocam pela ordem correcta. Por isso, sou ainda melhor a emendá-las, qualquer detalhe, por mais insignificante que seja, faz com que mude as minhas listas e as torne um tanto ou quanto diferentes, às vezes irónicas, meticulosas e fiéis ao que se vai passando. Estas listas, muitas delas perdem-se para dar lugar às novas e às mais relevantes. Tenho pena de me esquecer delas, principalmente das que relatam aspectos negativos sobre determinada coisa, por isso tenho esta imensa facilidade em perdoar tudo o que se possa imaginar. E as listas, trocam-me os passos durante os sonhos, querem fazer-me ver que ainda faltam muitas para concertar, baralham-me a realidade e só fazem ainda mais confusão. Só que num determinado momento, tudo se começa a encaixar e todas as listas se começam a organizar, velozmente e rigorosamente, enquanto fico a assistir às suas modificações e digo para mim mesma que ainda me falta muito trabalho para fazer. Listas, todos temos as nossas.