03 outubro, 2012

319

Nós a crescer e eles a morrer. E tu vais crescer tanto que não te vais lembrar disto. Mas, um dia, contar-te-ei a história dele, onde nós temos, pelo menos, papéis secundários. Vais conhecer o que ele era para nós e o que nós eramos para ele. Porque, embora sejas ainda um pequeno humano, tens o direito de saber a verdade quando fores grande o suficiente. Acho, nas profundezas das minhas incertezas, que ele gostava de nós e que, bem lá no fundo, ele apenas não sabia a forma acertada de gostar. E é por isso que nunca sentimos o amor dele. Mas dela sim, ela vivia para me dar beijinhos e vivia para te conhecer. Chegaste tarde demais ou foi ela que foi cedo demais? Nunca havemos de saber. Ou saberemos? Se algum dia descobrires, conta-me, é que quero mesmo tirar esta ideia de que andámos todos a fazer tudo ao contrário.