13 março, 2011

Esverdeado

Como quem não quer a coisa, abraçaste-me pelas costas, ao de leve, apenas com um braço. Senti a tua respiração no meu cabelo e na minha orelha. Quase que te ouvi dizer olá, mas ficaste calado, a fingir que tomavas atenção ao que os outros diziam. Apertaste-me com força, num abraço completo, enquanto que as tuas calças tocavam nas minhas pernas. Era a vez de nos sentarmos e vermos o filme. Os outros, não sei, mas tu sentaste-me ao meu lado e entrelaçaste os teus dedos nos meus. Não cheguei a olhar o esverdeado dos teus olhos, mas sabia que estavam a sorrir-me.